Processo Criativo


A estilista propõe uma moda atemporal, que não se esgota, nem se desgasta em uma estação, por isso deve ser construída com um tecido que acompanhe a sua longa durabilidade. “Modelagem e tecido enaltecem um ao outro”, reforça a estilista.

São roupas extremamente versáteis que transitam do trabalho à festa. E é recorrente a possibilidade de vesti-las de mais de uma maneira, multiplicando o visual. Peças dupla face, com diferentes abotoamentos, com frente e costas não definidos, possibilidade de vestir em pé e de ponta cabeça, artifícios engenhosos que transformam um modelo em vários. 

O kimono é fonte de inspiração inesgotável. Suas partes retangulares, sem curvas, totalmente ortogonais, a modelagem perfeita com zero desperdício de tecido, gera ideias com ares contemporâneos apesar de ser uma vestimenta milenar. 

O universo da linguagem japonesa e arquitetônica se entrelaçam em dobraduras, recortes estratégicos, amarrações, harmonia de proporções, estruturas geométricas.

A modelagem clássica ocidental junto com a técnica de moulage, também têm seu lugar e importância, fazendo contraponto, criando constrastes. 

“É um constante desafio vestir cada vez mais democraticamente. A miscigenação, tão característica do nosso país, resulta em uma diversidade de corpos. Se no mundo já é datado o discurso de um padrão, no Brasil esse discurso nunca fez sentido para mim. Sempre procuro variar as modelagens para valorizar corpos distintos, cada um com sua particularidade. Também por isso, trabalho muito com a amplitude das formas e menos com peças extremamente ajustadas. O conforto caminha lado a lado com a elegância. Sentir-se inadequada dentro de uma roupa, para mim é um pesadelo. Vestir-se não pode te aprisionar, deve ser o oposto, é sobre liberdade.”, diz Isabel.